sábado, outubro 24, 2009

LAGVO BOLONHA

LAGO BOLONHA - PARQUE AMBIENTAL DO UTINGA

RIO CAPIM - PARÁ


MURO DE BERLIM 20 ANOS DEPOIS


Para os historiadores, 20 anos não é muito tempo. Na verdade, não são nada. Mas são tempo suficiente, por exemplo, para Lula virar "o cara'' após disputar cinco eleições presidenciais, tendo perdido as três primeiras. E é tempo suficiente para o comunismo se ver de novo na "moda" no lugar em que ele foi mais escandalosamente banido. Se a grande imagem de 1989 foram milhares de pessoas trepadas num muro, derrubando-o, a de 2009, em Berlim, é, na falta de um muro melhor, a de turistas andando de Trabant, a carroça que os socialistas alemães daquele tempo chamavam orgulhosamente de carro. Camaradas, regozijai-vos! Berlim, guardadas as proporções, é novamente vermelha.


Muita gente gostaria de esquecer aqueles tempos conturbados entre 1961 e 9 de novembro de 1989, quando o Muro de Berlim esteve de pé, dividindo simbólica e ideologicamente o mundo e oprimindo o povo de uma cidade. Mas há uma corrente cada vez mais forte na Alemanha que quer manter viva a memória dos tempos da República Democrática Alemã (DDR). Hoje há lá uma "ostalgie" - jogo de palavras entre ost ("leste", em alemão) e nostalgie ("nostalgia") - que revela um afeto insuspeito pelo cotidiano daqueles dias. E isso vem atraindo cada vez mais turistas a Berlim.

E há o que conhecer. Por mais irônico que possa parecer, há gente ganhando muito dinheiro com a memória desses tempos. Como a dupla Daniel Helbig e Guido Sand. Os dois amigos, crianças durante os tempos da divisão alemã, inauguraram, em 2007, o Ostel. Mistura de ost com hostel, é um albergue temático, decorado com mobília e eletrodomésticos originais da época. A recepção do lugar é coisa de profissionais. Perto da foto do ex-premiê alemão-oriental Erich Honecker ficam os relógios que marcam, ou marcavam, as horas em Havana, Berlim, Moscou e Pequim. E também a televisão pé-de-palito que exibe sem trégua a visita de Fidel Castro à capital alemã-oriental, em 1972.

"Começamos com 74 camas, e hoje já são 175. Posso dizer que vivo graças a esse culto à Alemanha Oriental", diz Helbig. Em 2008, a dupla foi mais longe e inaugurou o Museum für DDR-Kunst, dedicado totalmente à arte produzida ali entre 1949 e 1989. São mais de 140 pinturas e esculturas, tanto obras oficiais quanto as de oposição ao regime. "Na busca pelos móveis, descobrimos que havia muitas dessas obras das quais as pessoas queriam se livrar", diz Helbig. "Reunir tudo foi muito fácil."

Muito da inspiração para a ostalgie vem do filme Adeus, Lenin!, de 2003, em que o personagem adolescente Alexander Kerne (Daniel Brühl) faz o diabo para esconder da mãe que o regime havia acabado. A mãe, socialista fervorosa, sofre um ataque cardíaco e fica em coma por oito meses, sem saber dos fatos espetaculares de então. Em sua pantomima Alex sofre para conseguir produtos dos tempos da DDR, como pepinos em conserva da marca Spreewald ou café Mocca Fix Gold. O engraçado é que, se a mãe de Alex acordasse do coma por estes dias, seu filho teria muito menos trabalho. Para conseguir os tais pepinos Spreewald, não há problema algum. Bebidas típicas da época com rótulos idênticos? Acham-se. E pode-se até alugar um Trabant, o carro-símbolo da Alemanha Oriental.

O ponto de partida para essa imersão na Berlim comunista é a Alexanderplatz. É verdade, naquele tempo seria impensável um Burger King ao lado da gigante dos eletroeletrônicos Saturn. Mesmo assim, a praça, batizada em homenagem ao czar russo Alexandre I, o homem que derrotou Napoleão, conserva intactos alguns dos maiores símbolos da Berlim Oriental. Ainda estão na praça dois dos mais altos edifícios da cidade: o luxuoso hotel Park Inn e a gigantesca Fernsehturm, a Torre de TV. Com 368 metros de altura, a "teleaspargo", como era chamada, é notada de qualquer canto. Essa era, aliás, a intenção quando foi construída, em 1969: mostrar a grandeza do regime aos vizinhos do outro lado do muro. Além dos dois gigantes, a Alexanderplatz tem também o Relógio do Mundo, construção de 5 metros de altura que exibe simultaneamente a hora exata nas principais cidades do planeta.

Do outro lado da estação de S-Bahn (o metrô de superfície), na base da Torre de TV, uma continuação da praça revela o que antes era o centro do governo durante o período da divisão. Daquela época resta pouco ali. O Palast der Republik, sede do Parlamento Oriental, foi demolido sob protestos, e sua área logo dará lugar à reconstrução do Castelo de Berlim, destruído durante a Segunda Guerra Mundial. À sua frente, entretanto, seguem firmes as estátuas da dupla Karl Marx e Friedrich Engels, os autores do Manifesto Comunista.

Na Liebknecht Strasse, três atrações imperdíveis para os "ostálgicos". No 1º andar do número 13, dentro de um shopping chamado Berlin Carré, está o Ostpaket. É um mercadinho de decoração simples em que é possível encontrar uma infinidade de produtos típicos do dia a dia de uma família dos tempos socialistas. Como os pepinos de Adeus, Lenin! (custam € 1,70). De volta à rua, no número 5, há uma Ampelmann Shop, loja oficial do bonequinho dos faróis de pedestres - trademark alemão-oriental que usa chapéu largo e é prejudicado verticalmente. Ali é possível comprar de forma de gelo a roupão de banho com a rara figura em vermelho, de braços abertos, ou em verde, caminhando.

Perto da ponte sobre o Rio Spree que leva à Ilha dos Museus há uma escadinha. Ali, no número 1 da Liebknecht Strasse, está o DDR Museum. Ele mostra o cotidiano dos alemães-orientais, num esquema didático, com artigos de decoração, utensílios de cozinha e roupas. O espaço é pequeno, e a visita não costuma demorar mais que uma hora. Mais impactante é o Haus am Checkpoint Charlie. Junto à réplica do posto militar que funcionava na divisa entre os setores americano e soviético da Berlim dividida (o Checkpoint Charlie), o museu conta a história do muro e, principalmente, dos que tentaram cruzá-lo para o lado ocidental. Houve tentativas de balão, avião, de Trabant, de submarino, de asa-delta, dentro de mala. Cerca de 200 pessoas morreram nessas empreitadas. Antes ou depois da visita, inevitável tirar uma foto na frente da casinha ou embaixo da placa com os dizeres "Você está deixando o setor americano" em inglês, russo, francês e alemão.

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Por: Carlos Eduardo Freitas
Foto: Carlos Eduardo Freitas



Publicado em 10/2009

domingo, agosto 30, 2009

Cartilha do Consumo Sustentável

O que é Consumo Sustentável?
Consumo Sustentável significa usar os recursos naturais para satisfazer as nossas necessidades, sem comprometer as necessidades e aspirações das gerações futuras. Ou seja, saber usar para nunca faltar. E isso não exige um grande esforço, somente mais atenção com o que está ao nosso redor, no nosso ambiente. Basta fazermos uma pequena reflexão sobre como agimos.

Pare e pense:
Normalmente, não nos preocupamos com a quantidade de água que utilizamos ao escovar os dentes, quando tomamos banho ou no momento de lavar a louça e o nosso carro. Por absoluta desatenção, ao sairmos de um cômodo não apagamos a luz, ou vamos acendendo todas as lâmpadas. Nem nos tocamos em relação ao consumo de papel, seja em casa ou no escritório estamos sempre desperdiçando papel. Misturamos o lixo doméstico, quando seria muito simples separar os restos de comida do papel, da lata, do vidro, do plástico.
No ato da compra, pense! Não leve para casa alimentos em excesso nem faça comida em
demasia para depois ter que jogar fora. Não nos damos conta de que os nossos desperdícios
têm impacto no nosso bolso. E, mais grave ainda, nunca paramos para pensar que este comportamento displicente vai acarretar sérias e graves dificuldades para os nossos descendentes.
Preste atenção em nosso guia e perceba que para economizar dinheiro e deixar nosso ambiente renovável apenas é necessária um pouco de consciência todos os dias.

Consuma água racionalmente:
Você sabia que:
- Temos apenas 1% de água doce, distribuída desigualmente pela Terra
para atender a mais de 6 bilhões de pessoas (população mundial)

- A contaminação da água pode se dar através da falta de saneamento
básico, lixo, agrotóxicos e outros materiais.

- A qualidade da água é indispensável para sobrevivência da espécie humana.
- A água contaminada provoca doenças como diarréia, hepatite, desidratação entre outras.
- Durante 15 minutos com a mangueira aberta pode-se gastar até 280 litros
de água.
- São cerca de 250 litros ou mais que
uma pessoa gasta diariamente com
seu banho, higiene, comida, lavagem
de louça e roupas, limpeza da casa,
plantas e claro, a água que se bebe.

As fontes naturais de abastecimento de água são:
-Água da chuva;
-Águas superficiais (rios, lagos).
-Água subterrânea (aqüíferos, mananciais).

Algumas das causas da escassez da água:
-Consumo abusivo;
-Desperdício;
-Poluição dos rios, lagos e águas subterrâneas;
-Esgoto não tratado;
-Desaparecimento de nascentes e córregos;
-Desmatamento (em especial da mata ciliar).

Dicas:
-Ao lavar o carro, não utilize a mangueira com saída constante de água, prefira um balde.
-Mantenha a torneira fechada quando não estiver realmente usando a água, em situações como:
-escovar os dentes
-lavar a louça
-lavar as mãos
-lavar as roupas
-Ao limpar a calçada, evite utilizar mangueira. Varrer é muito mais indicado para retirar folhas e outras sujeiras
-Aproveite sempre que possível a água da chuva. Você pode armazená-la em recipientes colocados na saída das calhas e depois usá-la para regar as
plantas. Só não se esqueça de tampar esses recipientes para que não se tornem focos de mosquito da dengue.
-Evite banhos demorados. Uma chuveirada de 15 minutos consome nada menos que 60 litros de água.

Dá para viver sem água?
Não dá. Então, a saída é fazer um uso racional deste recurso precioso. A água deve ser usada com responsabilidade. Para nós,
consumidores, também significa mais dinheiro no bolso. A conta de água no final do mês será menor. O mais importante, no entanto, é termos a consciência de que estamos contribuindo, efetivamente, para reduzir os riscos de matarmos a nossa fonte de vida: a água.

No Banheiro:
-Tente limitar seus banhos em aproximadamente 5 minutos e, se possível, feche a torneira enquanto se ensaboa;
-Jamais escove os dentes ou faça a barba com a torneira aberta;
-Caso seja viável, instale redutores de vazão em torneiras e chuveiros;
-Quando construir ou reformar, dê preferência às caixas de descarga no lugar das válvulas; Instale torneiras com aerador (“peneirinhas” ou
“telinhas” na saída da água). Ele dá a sensação de maior vazão, mas, na verdade, faz exatamente o contrário.

Na Lavanderia ou Área de Serviço:
-Deixar as roupas de molho por algum tempo antes de lavar também ajuda aqui;
-Ao esfregar a roupa com sabão use um balde com água, que pode ser a mesma do molho, e mantenha a torneira do tanque fechada: água corrente somente no enxágüe!
-Use o resto da água com sabão para lavar o seu quintal;
-Se tiver máquina de lavar, use-a sempre com a carga máxima e tome cuidado com o excesso de sabão para evitar um número maior de enxágües;
-Caso opte por comprar uma lavadora, prefira as de abertura frontal que gastam menos água que as de abertura superior.

Fique atento aos vazamentos internos:
- Os vazamentos podem ser evidentes como uma torneira pingando ou escondidos, no caso de canos furados ou de vaso sanitário. Para esse último, verifique o vazamento jogando cinzas no fundo da privada e observe por alguns minutos. Se houver movimentação da cinza ou se ela sumir, há vazamento.
-A forma de detectá-lo é dando uma olhada no registro, após fechar todas as torneiras da casa e desligando os aparelhos que usam água. Anote o número indicado no hidrômetro e confira depois de algumas horas para ver se houve alteração ou observe o círculo existente no meio do medidor para ver se continua girando.

Na Cozinha:
-Ao lavar a louça, use uma bacia ou a própria cuba da pia
para deixar os pratos e talheres de molho por alguns minutos antes da lavagem, pois isso ajuda a soltar a sujeira. Depois, use água corrente somente para enxaguar;
-Se usar a máquina de lavar louça, ligue-a somente quando estiver com toda sua capacidade preenchida;
-Modere nas carnes vermelhas, na sua produção há uma demanda enorme de água. Para você ter uma idéia: Para produzir 1kg de carne vermelha é necessário 200 litros de água potável. O mesmo quilo de frango só consome 10 litros.
-Para lavar verduras use também uma bacia para deixá-las de molho (pode ser inclusive com algumas gotas de vinagre ou com solução de hipoclorito), passando-as depois por um pouco de água corrente para terminar de limpá-las;



Dicas Práticas:

Aproveite integralmente os alimentos: Muitas
vezes, talos, folhas, sementes e cascas têm
grande valor nutritivo e possibilitam uma boa
variação no seu cardápio;










Não troque o seu celular: Fique com o antigo pelo menos enquanto estiver funcionando perfeitamente ou em bom estado. Se o problema é a bateria, considere o custo/benefício trocá-la e descartá-la adequadamente, encaminhando-a a postos de coleta. Celulares trouxeram muita comodidade à nossa vida, mas utilizam de derivados de petróleo em suas peças e metais
pesados em suas baterias. Além disso, na maioria das vezes sua produção é feita utilizando mão de obra barata em países em desenvolvimento.

Use somente pilhas e baterias recarregáveis: É certo que são caras, mas ao uso em médio e longo prazo elas se pagam com muito lucro.
Duram anos e podem ser recarregadas em média 1000 vezes.

Reduza o uso de embalagens: Embalagem menor é sinônimo de desperdício de água, combustível e recursos naturais. Prefira embalagens maiores, de preferência com refil. Evite ao máximo comprar água em garrafinhas, leve sempre com você a sua própria.

Faça compostagem: Cerca de 3% do metano que ajuda a causar o efeito estufa é gerado pelo lixo orgânico doméstico. Aprenda a fazer
compostagem: além de reduzir o problema, você terá um jardim saudável e bonito.

Não jogue lixo nenhum na rua: Essa coleta é mais cara e, além de enfeiar os lugares, traz sérios problemas aos moradores nas épocas
de chuva, com entupimento de bueiros e estrangulamento dos corredores de água;

Nunca é demais lembrar: recicle: Recicle no trabalho, na escola e em casa. Se a sua cidade ou bairro não tem coleta seletiva, leve o lixo até um
posto de coleta. Lembre-se de que o material reciclável deve ser lavado (no caso de plásticos, vidros e metais) e dobrado (papel).

Utilize uma sacola para as compras: Sacolinhas plásticas descartáveis são um dos grandes inimigos do meio-ambiente. Elas poluem o solo e o mar. Quando for ao supermercado, leve uma sacola de feira ou suas próprias sacolinhas plásticas.

Você faz separação do lixo seco e orgânico na sua casa?
Cuidado para regar as planta: não regue as plantas em excesso nem nas horas quentes do dia ou em momentos com muito vento. Muita água será evaporada ou levada antes de atingir as raízes.

Economize CDs e DVDs: CDs e DVDs sem dúvida são mídias eficientes e baratas, mas você sabia que um CD leva cerca de 450 anos para se decompor e que, ao ser incinerado, ele volta como chuva ácida
(como a maioria dos plásticos)? Utilize mídias regraváveis, como CD-RWs, drives USB ou mesmo e-mail ou FTP para carregar ou partilhar seus arquivos. Hoje em dia, são poucos arquivos que não podem ser disponibilizados virtualmente ao invés de em mídias físicas.

Proteja as florestas: Por anos os ambientalistas foram vistos como "ecochatos". Mas em tempos de aquecimento global, as árvores precisam de mais defensores do que nunca. O papel delas no aquecimento global é crítico, pois mantém a quantidade de gás carbônico controlada na atmosfera.

ECOTESTE
Você se preocupa com a conservação do meio ambiente? Responda às perguntas abaixo e confira como está sua consciência ambiental.
Não Às vezes Sim
Joga ticktes de compra de padaria, farmácia, supermercado etc. em qualquer lugar? 3 2 1
Joga papéis de balas, doces e chicletes na rua ou em outro lugar sem perceber? 3 2 1
Atira papéis, latas de refrigerantes ou copos descartáveis pela janela do carro ou do ônibus? 3 2 1
Ao sair da sala de aula ou de um outro local, o espaço à sua volta está mais sujo do que quanto entrou? 3 2 1
Deixa o lixo em qualquer lugar, por falta de tempo para depositá-lo em local correto? 3 2 1
Se encontra lixo no chão, você o recolhe? 1 2 3
Fica irritado quando vê lixo jogado no chão? 1 2 3
Está disposto a fazer parte de uma campanha para reciclar lixo? 1 2 3
Segue o princípio “Deixe o lugar mais limpo do que quando chegou? 1 2 3

Some os pontos obtidos e confira o resultado:
27 a 24: Parabéns, você pode receber o título de “protetor da natureza”!
23 a 21: Você está no caminho certo. Preocupa-se com a higiene ambiental!
20 a 17: Que tal pensar em melhorar sua consciência ecológica?
16 ou menos: o que você acha de começar a se preocupar com a conservação do meio ambiente?

terça-feira, abril 28, 2009

REVISÃO FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL - MHVT

01 - (PUC – SP) Analise a charge apresentada ao lado

Assinale a alternativa que apresenta uma interpretação CORRE- TA da charge.
(A) No Brasil, desde o início do processo de colonização, a terra representou uma mercadoria cara e fundamental para o desenvolvimento do Estado, cuja vocação agrícola continua sendo incontestável.
(B) Ao processo articulado e planejado de ocupação da terra no início da colonização contrapõem-se as formas temporárias e predatórias, resultantes das atuais políticas de assentamento promovidas pelo Estado.
(C) A construção do espaço nacional fez-se tendo por base a utilização da terra para gerar riqueza para a Metrópole. Só no século XX é que a terra passa a representar um bem social necessário para manutenção do País como participante do comércio mundial.
(D) Durante todo o processo de construção do espaço brasileiro pôde-se observar que terra sempre foi encarada como essencial à subsistência: eis um dos pontos que dificultam a inserção do País no conjunto de países desenvolvidos.
(E) Um dos aspectos mais perversos do processo de produção do espaço nacional foi o da transformação da terra em um bem que pode gerar renda mesmo sem ser utilizado, sendo esta uma das bases da concentração fundiária.
02 - (UEPA) No processo de povoamento do Brasil, as migrações internas sempre tiveram um papel de destaque, uma vez que existe grande mobilidade na população brasileira. Destaca-se como resultado desses movimentos migratórios.
(A) O povoamento da região sul no início do século por trabalhadores oriundos das regiões norte e nordeste.
(B) A ocupação das áreas periféricas à zona açucareira nordestina, no período de expansão do produto, ao final do século XVI por pequenos produtores não escravos.
(C) O deslocamento de levas sucessivas de nordestinos para a construção de Brasília no centro-oeste no final do século XIX.
(D) A penetração do gado bovino pelo litoral nordestino seguindo sempre a direção oeste-leste.
(E) A ocupação do planalto meridional no século XVIII, principalmente pela população da Amazônia durante a fase áurea da mineração.

03 - (UNAERP-SP) Em 1534, o governo português concluiu que a única forma de ocupação do Brasil seria através da colonização. Era necessário colonizar, simultaneamente, todo o extenso território brasileiro.
Essa colonização dirigida pelo governo português se deu através da:
(A) criação da Companhia Geral do Comércio do Estado do Brasil.
(B) criação do sistema de governo-geral e câmaras municipais.
(C) criação das capitanias hereditárias.
(D) montagem do sistema colonial.
(E) criação e distribuição das sesmarias.

04 - (UEL-PR) No Brasil colônia, a pecuária teve um papel decisivo na
(A) ocupação das áreas litorâneas
(B) expulsão do assalariado do campo
(C) formação e exploração dos minifúndios
(D) fixação do escravo na agricultura
(E) expansão para o interior
05 - A organização espacial, assim como a sociedade brasileira, refletem marcas profundas decorrentes do processo de colonização, daí observar-se que:
(A) As densidades demográficas, no litoral, são tão grandes quanto as do interior.
(B) A maioria das regiões metropolitanas se localizam na fachada litorânea.
(C) A economia brasileira sempre se manteve independente dos centros mundiais do capitalismo.
(D) Os solos mais férteis são utilizados para a produção de alimentos para a população e não de gêneros para exportação.
(E) O surgimento de “ilhas” de povoamento foi verificado no litoral, em função da ocorrência dos recursos minerais que lá estavam alocados.

06 - A economia básica do Brasil, durante o período Colonial e Imperial, esteve voltada para o comércio de exportação. Assinale a alternativa que caracteriza o espaço geográfico brasileiro, nessa época.
(A) Havia intensos fluxos rodoviários e ferroviários entre as regiões brasileiras.
(B) Os espaços regionais achavam-se integrados através de intensos fluxos rodoviários.
(C) As regiões eram isoladas e o comércio externo se fazia através do transporte marítimo.
(D) O transporte ferroviário possibilitou o desenvolvimento de intenso mercado interno.
(E) Os espaços regionais achavam-se integrados através dos fluxos de transporte fluvial
07 - A expansão mercantilista no final do século XV levou à divisão do Novo Mundo entre os europeus que monopolizavam a navegação e o comércio. Nesse contexto as novas terras “descobertas” foram sendo ocupadas a partir de alguns acordos ou tratados firmados entre esses países, como por exemplo, o Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494. Os países signatários desse tratado foram:
(A) Espanha e Inglaterra;
(B) Portugal e França;
(C) Espanha e Holanda;
(D) Portugal e Espanha;
(E) Espanha e França.
08 - "Os contrastes regionais do interior do território brasileiro originaram-se da formação histórico-econômica de nosso país, ou seja, devem-se ao modo pelo qual o Brasil se desenvolveu, desde sua colonização por Portugal, até a independência e
posterior industrialização e urbanização ocorridos
especialmente no século XX".
(J. William Vesentini at all. Geografia Crítica, vol. 2ª
edição, pág. 101)
Com base nesta afirmação e no conhecimento do processo de apropriação do território brasileiro, podemos afirmar que:
(A) O nordeste brasileiro foi conquistado com base na economia cafeeira - e o café era cultivado em grandes propriedades, monoculturas, com a utilização do trabalho escravo.
(B) O sul foi colonizado, principalmente, por imigrantes europeus, que instalaram na região grandes propriedades, resultando hoje na injusta estrutura fundiária existente.
(C) O Centro-Oeste teve seu povoamento inicial relacionado à cultura cacaueira. Hoje a região possui extensas áreas agropastoris, onde destaca-se especialmente o arroz, o trigo, a soja e a pecuária de corte.
(D) O sudeste é o complexo regional da mais intensa ocupação humana. Inicialmente foi ocupado pelos colonizadores através da cultura canavieira na baixada santista e da mineração no interior. Hoje apresenta grande diversidade na organização de seu espaço geográfico.
(E) A Amazônia é a maior e mais individualizada das regiões brasileiras. Sua ocupação inicial deu-se através da exploração das "drogas do sertão" e a da borracha. Hoje ainda apresenta impenetrável floresta e um ecossistema plenamente conservado.

sexta-feira, março 27, 2009

ARTESAQNATO ICOARACIENSE - TAPAJÔNICO E MARACÁ





ARTESANATO ICOARACIENSE


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ARTESANATO DE ICOARACI - BELÉM PA

ATIVIDADES / GABARITO - ATIVIDADE AVALATIVA TURMAS 305 - 306 DA ESCOLA MHVT.

01 – Brasília, atual capital brasileira, foi projetada há pouco mais de quarenta anos, durante o governo de Juscelino Kubitschek. A proposta de centralização geográfica do poder político-administrativo nacional de JK seguia exemplos anteriores, desde o tempo do Brasil-colônia. Naquele período, a partir da descoberta de ouro na região central do país, tornou-se necessário o deslocamento da sede do poder colonial, transferindo-se de Salvador para outra localidade, que permaneceu como capital do país até 1960, ocasião em que houve a transferência para Brasília. A segunda capital brasileira foi:
(A) Recife.
(B) Vila Rica.
(C) Minas Gerais.
(D) São Paulo de Piratininga.
(E) São Sebastião do Rio de Janeiro.

02 – (UNAMA -2008) “Uma explicação convincente das transformações que permitiram a atual configuração geográfica do território brasileiro deve passar pelo processo da produção econômica, cultural e das relações sociais de trabalho. A maneira como ocorreu a valorização do território brasileiro pelo trabalho social é resultado de processos que se diferenciam através dos tempos. Cada momento, ao invés de desaparecer por completo, acabou deixando sua marca nos períodos posteriores, inserindo-se, assim, na reprodução das novas relações sociais e no novo espaço constituído.”
ROSS,Jurandir L. Sanches (Org.) Geografia do Brasil.São Paulo: EDUSP. 1995. p.338-9.

Muitas das marcas que foram deixadas durante o processo de formação do território brasileiro, ainda estão presentes na configuração atual do espaço brasileiro, como é o caso do (a) (s)...

(A) presença de grandes “símbolos” da paisagem geográfica e social do período colonial como:os canaviais, a casa grande e a usina de açúcar, no espaço rural brasileiro, principalmente na Amazônia e no Centro-Oeste do país, onde ainda hoje persistem, em grande escala, as relações de trabalho tradicionais, principalmente a meagem e a parceria.
(B) presença significativa de latifúndios na organização do espaço rural do país, evidenciando forte concentração da terra e uma estrutura fundiária injusta. Este aspecto é, em grande parte, responsável pela existência de violentos conflitos agrários no espaço rural nas várias regiões do país.
(C) maiores aglomerados demográficos e principais metrópoles estarem localizadas no interior do território nacional, resultado do tipo de colonização realizado no país, que teve direção interior/litoral, com grande contribuição das expedições que buscavam riquezas minerais e as “drogas do sertão”, as entradas e bandeiras.
(D) maior relevância econômica do setor primário, se comparado aos setores secundário e terciário, em especial os agro-negócios que, na atual conjuntura nacional, constituem a base econômica, e cuja verticalização na cadeia produtiva, torna o país um grande produtor e exportador de boi em pé, laticínios e carne.

03 – Os mapas ao lado retratam vários momentos do processo de ocupação do território brasileiro; analisando-os de acordo com o contexto histórico, podemos afirmar que:
(A) A Coroa portuguesa nos séculos XVI e XVII procurou respeitar a linha de Tordesilhas (1494) instalando povoados e vilas somente no litoral brasileiro.
(B) As fortificações militares e as missões religiosas constituíram-se na base da ocupação do extremo norte brasileiro que foi anexado ao território nacional a partir do uso de suas vias fluviais.
(C) O Tratado de Madri (1750) assegurou a Portugal o domínio sobre as terras brasileiras através do acordo “utipossidetis” sendo, portanto fixadas as fronteiras externas do Brasil, que até hoje mantêm-se inalteradas.
(D) A representação cartográfica dos mapas 1 e 2, utilizados nesta questão apresentam um grave equivoco, uma vez que de modo anacrônico, as fronteiras políticas atuais do Brasil, que só se fixaram no início do século XX, são “transportadas” para os territórios coloniais portugueses na América, gerando a falsa impressão da existência de um território brasileiro prévio, anterior à colonização, à independência e à política de fronteiras que se desenvolveu durante o século XIX, completando-se no início do século XX.
04 – Pautando-se no que foi estudado sobre o espaço colonial brasileiro, explique fatores de ordem natural que promoveram a instalação e desenvolvimento da agroindústria canavieira no nordeste brasileiro, nos séculos XVI e XVII. Eles seriam suficientes para explicar os espaços produzidos no nordeste colonial?

05 – Dentro processo de organização e produção dos espaços brasileiros na economia colonial, quais foram as conseqüências do empreendimento que ficou conhecido como bandeirismo prospector, no final do século XVII.

06 – Leia o texto abaixo e analise-o utilizando os conhecimentos obtidos com o estudo das frentes de expansões econômicas do Brasil-colônia, entre os séculos XVI e XVIII.
“Sem nenhuma dúvida, os sítios urbanos de topografia mais atormentada correspondem às cidades da mineração, nascidas em conseqüência da exploração do ouro ou do diamante, cujos embriões foram os arraiais do Bandeirismo e a ‘currutelas’ das áreas de garimpagem diamantífera [...]. Na região canavieira do Nordeste, a obra urbanizadora foi tão notável como se poderia esperar tendo em vista sua densidade demográfica e o lugar de destaque que ocupa na economia regional [...]. Por diferir substancialmente em sua estrutura econômico-social e por abranger vasta área territorial, as fazendas de gado (quer assim se denominem, quer se chamem currais ou estâncias) criaram um número muitas vezes maior de aglomerados urbanos, tanto no Nordeste, como na Bahia e no sul do país.” (Aroldo de Azevedo. Brasil, a terra e o homem, vol. II, p. 237 e 244)
a) Com relação à criação de núcleos urbanos no período colonial, qual das três atividades econômicas indicadas no texto desempenhou importante papel urbanizador? Justifique sua resposta, apontando uma razão de ordem socioeconômica para explicar tal fato.
b) Baseando nos tipos de espaços geográficos produzidos no Brasil, durante o período da economia colonial, em qual deles você classificaria as três atividades econômicas descritas no texto?





GABARITO DAS ATIVIDADES.

QUESTÕES/ ALTERNATIVA:
01 – E
02 – B
03 – D
04 – Podemos destacar, o clima quente e úmido da Zona da Mata; os solos de massapé (de alta e média fertilidade); a posição geográfica e a mata atlântica, entre outros. Todavia, somente esses fatores naturais não são suficientes para explicar a grande expansão da cana-de-açúcar no Nordeste brasileiro no início do período colonial. O grande mercado consumidor europeu, a manutenção da soberania sobre o território e a própria expansão mercantilista (capitalismo) em busca de lucros, são também fatores indispensáveis para compreender as razões da implantação de plantations açucareiras na zona da mata nordestina.
05 – As expedições bandeirantes (prospector) trouxeram como conseqüências: a descoberta de ouro no Brasil (sobretudo em Minas Gerais e Mato Grosso), que promoveu a urbanização e a interiorização do povoamento luso-afro-brasileiro; o deslocamento do pólo político-administrativo da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro e a abertura dos chamados caminhos da mineração, que possibilitou maior integração entre as regiões do território.
06 – a) A atividade mineradora e, em segundo lugar, a pecuária desempenharam papel urbanizador. Isso tudo em virtude da auto-suficiência que possuía o engenho de açúcar. O engenho produzia e organizava o espaço para o senhor do engenho, e não para a coletividade, dificultando a formação de embriões de cidades.
c) O espaço criado pela agroindústria canavieira e pela mineração correspondem à tipologia de “espaços voltados para o mercado externo”; e o da pecuária, a “espaços voltados para fora de seu próprio espaço e articulado com os voltados para o mercado externo”

quarta-feira, março 18, 2009

Saga da Amazônia (Vital Farias)
Era uma vez na Amazônia a mais bonita floresta mata verde, céu azul, a mais imensa floresta no fundo d'água as Iaras, caboclo lendas e mágoas e os rios puxando as águas Papagaios, periquitos, cuidavam de suas cores os peixes singrando os rios, curumins cheios de amores sorria o jurupari, uirapuru, seu porvir era: fauna, flora, frutos e flores Toda mata tem caipora para a mata vigiar veio caipora de fora para a mata definhar e trouxe dragão-de-ferro, prá comer muita madeira e trouxe em estilo gigante, prá acabar com a capoeira Fizeram logo o projeto sem ninguém testemunhar prá o dragão cortar madeira e toda mata derrubar: se a floresta meu amigo, tivesse pé prá andar eu garanto, meu amigo, com o perigo não tinha ficado lá O que se corta em segundos gasta tempo prá vingar e o fruto que dá no cacho prá gente se alimentar? depois tem o passarinho, tem o ninho, tem o ar igarapé, rio abaixo, tem riacho e esse rio que é um mar
Mas o dragão continua a floresta devorar e quem habita essa mata, prá onde vai se mudar??? corre índio, seringueiro, preguiça, tamanduá tartaruga: pé ligeiro, corre-corre tribo dos Kamaiura No lugar que havia mata, hoje há perseguição grileiro mata posseiro só prá lhe roubar seu chão castanheiro, seringueiro já viraram até peão afora os que já morreram como ave-de-arribação Zé de Nata tá de prova, naquele lugar tem cova gente enterrada no chão: Pos mataram índio que matou grileiro que matou posseiro disse um castanheiro para um seringueiro que um estrangeiro roubou seu lugar Foi então que um violeiro chegando na região ficou tão penalizado que escreveu essa canção e talvez, desesperado com tanta devastação pegou a primeira estrada, sem rumo, sem direção com os olhos cheios de água, sumiu levando essa mágoa dentro do seu coração Aqui termina essa história para gente de valor prá gente que tem memória, muita crença, muito amor prá defender o que ainda resta, sem rodeio, sem aresta era uma vez uma floresta na Linha do Equador...

LETRA DA MÚSICA SAGA DA AMAZÔNIA

FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL - O ESPAÇO COLONIAL BRASILEIRO - AULA 1 e 2

A produção do espaço colonial
1.1 – A frente de expansão da economia açucareira e a ocupação da região litorânea:
As primeiras mudas de cana-de-açúcar chegaram ao Brasil por volta de 1531, com Martin Afonso de Souza, dois anos depois surgia o primeiro engenho em nosso país na Vila de São Vicente (atual litoral paulista).
Algum tempo depois, a lavoura canavieira foi introduzida na Zona da Mata Nordestina, onde fatores especiais, entre eles: o clima quente e úmido, o relevo levemente ondulado, solos férteis (do tipo massapé) e a proximidade com a costa, favorecendo o enquadramento da atividade no contexto mundial da economia da época, dando rentabilidade à metrópole.
Na segunda metade do século XVI, a lavoura canavieira havia se fortalecido na Bahia e em Pernambuco onde vastos latifúndios, monocultores, cultivados por mão-de-obra escrava, dotados de engenho constituíam a base da empresa agrícola colonial. No espaço do engenho, a organização era feita da seguinte maneira: uma parte da fazenda destinava-se à produção de açúcar, outra era voltada para a lavoura de subsistência e uma outra parte era utilizada para o cultivo do pasto, o boi era para alimentação e animal de tração, uma vez que transportava as caixas de açúcar para os portos de Recife e Salvador, esses centros eram elos de ligação entre as regiões produtoras e os mercados consumidores de Além-Mar, por isso sediavam as principais instituições administrativas e comerciais da colônia. Durante o século XVII, o sucesso comercial do açúcar foi tanto que, a cana pressionou o gado, este foi expulso das áreas nobres do litoral para o interior, tendo início a ocupação do Sertão. Essa interiorização partiu principalmente de duas correntes povoadoras, uma partiu da Bahia e a outra que partiu de Pernambuco, a que saiu da Bahia penetrou através do Rio São Francisco “Rio dos Currais”, para os índios, essa penetração foi sinônimo de extermínio, pelo menos para os que reagiram à expansão.

1.2 – A economia mineradora e a expansão territorial para o interior:
a) Contexto: Século XVIII.
b) Espaço: Interior do espaço brasileiro como os estados de Minas Gerais (Sudeste), Goiás e Mato Grosso (Centro-Oeste).
Os fatores que definiram a atividade mineradora no Brasil, bem como a descoberta dos minérios, estão atrelados ao contexto internacional da época, bem como as situações específicas da colônia, especial da região do litoral vicentino, onde houve uma decadência da atividade canavieira ainda no século XVI.
No contexto internacional, os problemas sucessórios dentro da Europa que envolveram Portugal e determinaram após conflitos assinatura de Tratados que fortaleceram a Inglaterra, colocando Portugal na órbita de influências da economia inglesa, que buscou alternativas daí o incentivo à busca de metais preciosos. Do ponto de vista interno, também outros fatores contribuíram para a penetração nos sertões de Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso, entre eles: o fracasso da empresa agrícola exportadora, a queda nos preços do açúcar em vista da concorrência com o açúcar antilhano e o declínio das bandeiras de apresamento. Já no final do século XVII encontram-se as primeiras jazidas importantes de ouro.
A organização espacial da colônia mudou bastante, durante o ciclo da mineração, pois ocorreu o deslocamento do centro econômico da colônia do Nordeste para o Centro-Sul, uma outra mudança significativa foi o surgimento de vários núcleos urbanos no interior, fluxos populacionais também se dirigiam para os sertões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, levando a um alargamento significativo do território brasileiro, outra mudança diz respeito à circulação, pois devido ao circuito dos metais o porto do Rio de Janeiro, transformou-se na boca das minas.
Uma das preocupações evidentes durante o Ciclo da Mineração é a escalada da fome, em decorrência do não comprometimento da atividade com a sociedade brasileira.

1.3 – A inserção da Amazônia ao espaço colonial português:
a) Contexto: Séculos XVII e XVIII
b) Fatores: No inicio da colonização o estado português preteriu a Amazônia em função da distância em relação à capital (Salvador) e das características naturais (floresta exuberante e clima quente e úmido) que dificultavam a implantação de uma infra-estrutura necessária à exploração. Entretanto a presença de outras potências européias na região, como França e Inglaterra, obrigaram Portugal adotar uma estratégia territorial para garantir a soberania sobre a região, através da (o):
• Fundação de fortes: A partir do século XVII o estado português iniciou a construção de fortes na embocadura do rio Amazonas e na confluência com os principais afluentes que deram origem a importantes cidades como: Belém, Macapá, Santarém, Óbidos e Manaus. Esses fortes tinham a função de rechaçar o avanço de outras potências européias, além de garantir a soberania, ou seja, a posse da região para Portugal.
• Estímulo à expansão das missões jesuíticas a incorporação do hinterland amazônico: A pequena disponibilidade populacional e a falta de recursos levaram o estado português a autorizar o processo de catequização dos povos nativos, através da fundação dos aldeamentos e vilas na confluência dos principais afluentes do rio Amazonas. Esses aldeamentos, que deram origem a cidade como Santarém, Óbidos, Tefé eram núcleos para onde os índios eram levados visando a catequização. Ao lado disso os jesuítas utilizaram a mão-de-obra nativa para a coleta das drogas do sertão, o urucum, boldo e canela, que representou a primeira atividade mercantil da região.
• expansão da agricultura e do comércio: Em 1750 o estado português criou a companhia geral do Grão-Pará e Maranhão e adotou medidas que geraram grandes transformações na região:
- Doação de grandes propriedades (sesmarias) a colonos e soldados visando estimular a expansão de agricultura
- A introdução do trabalho escravo para viabilizar o incremento da produção agrícola de cacau, café e algodão.
- O estímulo a expansão da pecuária nos campos do Marajó, baixo amazonas e em Roraima.
• A organização de uma incipiente rede urbana dendrítica: do início da colonização até meados do século XX a organização do espaço amazônico foi caracterizado pela relação de dependência das vilas e povoados distantes das cidades maiores como Belém e Manaus. Essa relação era intermediada por barcos, chamados de regatões, que levavam bens manufaturados da capital para o interior e traziam matérias-primas do interior para a capital.

1.4 – Transformações decorrentes da apropriação do território durante o período colonial em decorrência das economias açucareira e mineradora:

a) A incorporação definitiva do território brasileiro à divisão territorial do trabalho durante o mercantilismo, como fornecedor de produtos agrícolas tropicais de exportação e minerais preciosos. A colonização nos seus três primeiros séculos inseriu o território brasileiro à economia mundo de uma forma periférica.

b) A concentração fundiária nas mãos da aristocracia rural, devido aos sistemas de sesmarias, pois as melhores terras eram entregues aos grandes proprietários, em detrimento dos camponeses (brancos pobres ou índios aculturados), que não eram reconhecidos pelo estado português e por isso ocuparam desde os primórdios da colonização as piores terras.
c) A concentração populacional na faixa litorânea, com a fundação de cidades em contraste ao interior (sertão) que permaneceu apropriado pelas nações indígenas ou pela pecuária. A fachada litorânea permanece densamente povoada nos dias de hoje (aproximadamente 2/3 do território). A forte concentração demográfica no litoral está diretamente relacionada à dependência do país ao mercado externo, que contribuiu decisivamente para a concentração de capitais, pessoas, órgãos do estado desde o período colonial nos núcleos urbanos costeiros, a exemplo de Salvador, Recife, Rio de Janeiro dentre outros.

d) O desenvolvimento da pecuária no interior (sertão), através, dos rios perenes da região (São Francisco e Parnaíba), com base no latifúndio. Essa atividade possibilitou a incorporação, mesmo que precária do sertão ao espaço colonial. Por outro lado, serviu como elemento de auxílio ao desenvolvimento da economia açucareira, fornecendo carne bovina (carne de sol), couro e força motriz para os engenhos açucareiro. A partir do século XVII com a mineração a pecuária experimentou um crescimento com a criação de caminhos de gado e tropas de mulas em dois eixos, um fluvial (via rio São Francisco) outro terrestre (via interior de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), direcionados às cidades, região mineradora (Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso).

e) A ampliação e a conformação do território com a incorporação das terras ocupadas durante as entradas e bandeiras, através do Tratado de Madri (1750), que substituiu o Tratado de Tordesilhas, triplicando o território brasileiro e imprimindo a grosso modo os traços de fronteiras existentes até o dia de hoje.

f) A economia colonial gerou uma organização espacial caracterizada pela forte concentração demográfica e econômica no litoral em detrimento do interior. Naquele estavam a “civilização”, as plantations açucareiras, as cidades, os portos. No “sertão” uma sociedade rude e um povoamento rarefeito e disperso, que dificultava qualquer controle. Ao lado disso, os núcleos geoeconômicos eram isolados um dos outros (cada um possuindo um sistema de transporte fluvial e portos próprios), sem articulação entre si e voltados para o mercado externo, configurando uma estrutura espacial de “arquipélago”.

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Exercícios
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01 - (FAAP-SP) A colonização portuguesa no Brasil é caracterizada por uma ampla empresa mercantil. É o próprio Estado metropolitano que, em conjugação com as novas forças sociais produtoras, ou seja, a burguesia comercial assume o caráter da colonização das terras brasileiras. A partir daí os dois elementos – Estado e burguesia – passam a ser os agenciadores coloniais e, assim, a política definida com relação a colonização é efetivada através de alguns elementos básicos que se seguem: dentre eles apenas um não corresponde ao exposto no texto; assinale-o.

a) A preocupação básica será a de resguardar a área do império colonial diante das demais potências européias.
b) O caráter político da administração se fará a partir da metrópole e a preocupação fiscal dominará todo o mecanismo administrativo.
c) O vértice definidor reside no monopólio comercial.
d) A função histórica da colônia será proeminente no sentido de acelerar a acumulação do capital comercial pela burguesia mercantil européia.
e) A produção gerada dentro das colônias estimula o seu desenvolvimento e atende às necessidades de seu mercado interno.
02 – (UEPA) No processo de povoamento do Brasil, as migrações internas sempre tiveram um papel de destaque, uma vez que existe grande mobilidade na população brasileira. Destaca-se como resultado desses movimentos migratórios.
a) O povoamento da região sul no início do século por trabalhadores oriundos das regiões norte e nordeste.
b) A ocupação das áreas periféricas à zona açucareira nordestina, no período de expansão do produto, ao final do século XVI por pequenos produtores não escravos.
c) O deslocamento de levas sucessivas de nordestinos para a construção de Brasília no centro-oeste no final do século XIX.
d) A penetração do gado bovino pelo litoral nordestino seguindo sempre a direção oeste-leste.
e) A ocupação do planalto meridional no século XVIII, principalmente pela população da Amazônia durante a fase áurea da mineração.

03 - No decorrer do processo histórico-econômico do Brasil, particularmente no período colonial, o povoamento e a estruturação dos espaços do território nacional possuem grande relação com a criação de “áreas de atração populacional” e “áreas de repulsão de população”. Cite dois exemplos ocorridos no Brasil-Colônia de cada uma dessas áreas discutindo, ao mesmo tempo, as principais características dessas áreas no período colonial brasileiro.
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terça-feira, janeiro 20, 2009

ACESSO A TODOS OS ALUNOS DO PROFESSOR JOÃO CARLOS HILDEBRANDO

AGORA TODOS OS ALUNOS DO PROFESSOR JC, DE GEOGRAFIA, PODERÃO VER, LER, COMENTAR OS ARTIGOS DE GEOGRAFIA QUE OS AJUDARÃO EM SEUS TRABALHOS, BEM COMO TAMBÉM, AJUDAR NA CONSTRUÇÃO DESSE BLOG QUE FOI CRIADO PARA AJUDAR E ORIENTAR OS ALUNOS NA CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA GEOGRAFIA.